sexta-feira, 1 de julho de 2011

O Corredor

Cruzavam-se sempre no mesmo corredor.
- Sempre nesse corredor. Ele dizia.
Falava com ar cafajeste,  ar de quem peca ... ar de quem não presta.
Ela sempre fora vaidosa, e sua vaidade era de fato o que chamava a atenção dos homens, pois estava longe de ser bonita como as moças das novelas ou sarada como as capas de revista masculina.
Sempre chamara atenção pela forma como caminhava firme, o toc toc dos saltos, peito pra fora, queixo ave nuvens e claro o bom e velho batom nos lábios.
Sabia que era feio e imoral fantasiar com um homem casado, mas a ideia de cobiçar o proibido á atraia, á intimava e excitava.
Ao passar pelo estreito corredor mil coisas passavam em sua cabeça, insanos, profanos e perigosos pensamentos.
-carta para o apartamento 23!
Ela escuta e seus maus pensamentos são interrompidos pelo porteiro do prédio.
Ela segura as cartas, sorri e continua o trajeto ao seu lar doce lar.
Fechou porta á dentro, respirou:
- dessa vez escapei, ele não estava no corredor á me tentar!
Pensa e respira ...estava salva.
Mas até quando?
...sempre nesse corredor!