terça-feira, 5 de julho de 2011

La rose Jaunit

Ao se despedir ela fugiu do abraço...mas se rendeu ao toque, ao chegar perto.
Um abraço torto, meio sem jeito...ela estava entregue e ele também não estava mais tão firme.
Tudo cai por terra quando existe uma doçura inexplicável nos pequenos gestos.
Ninguém é tão firme que não resista á um bilhete , um chocolate, um remédio, uma flor de papel ou até mesmo um sorrir de lado.
Ela não sentia tanta culpa em sentir tudo que estava sentindo, não podia escolher entre sentir ou não sentir, afinal "sensações" estão longe de serem escolhidas.
Havia um mistério gigantesco  no olhar dele, e ela tentava á todo custo entender o que cada olhar dizia, sem muito sucesso, ela voltava vazia e sem respostas, porém completamente zonza e embriagada da doçura que cada olhar á remetia.
Transportava pra dentro de si um renovar da auto estima, sentia-se até atraente.
Dizia á si própria ao retocar o batom ...confessava ao espelho :
- Ele disse que sou bonita...
Não se sentiu mais tão culpada , sentir não era feio.
Deitou-se  e entre as mãos o pequeno mimo ofertado .
Olhava o mimo de papel:
- Ele disse que sou bonita...

"débiteur la rose jaunit mon chéri"