quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Envelheço na Cidade

A dias ele vinha remexendo através de conversas , um passado que deixaria ali escondido – ou só o deixaria quietinho, mas tudo aconteceu, fatalmente não se evita o  inevitável . Hoje aos 23 quase 24 anos, sentira vida  sua vida (principalmente escolar) foi constituída em cima de insegurança, medo e silencio, hoje olhando o tempo, o calendário as mensagens de felicidade ,conseguira ter uma dimensão de quanto havia se privado, não poderia ter sido diferente, é assim com quase todos, todos aqueles que são especiais de fato, inteligentes de alma, sensíveis de coração, grandes de espirito... Sempre foi um menino com uma aparência frágil – por sempre estar acima do peso, por muito tempo lutou contra o espelho, tentando não aceitar, chorou, se sentiu menor... grande besteira, nossa imagem só é o que desejamos que ela seja ... logo sou o que sinto ser, logo ele poderia ser quem quisesse ser. Mas o menino cresceu e se livrou totalmente dessa culpa, por isso e por um milhão de preconceitos sofreu o que conhecemos por bulling, de uma maneira que o fez carregar rótulos – culpas e insatisfações com sua vida, cometendo o erro de se julgar e de se importar com um mundo que mais adora botar nomes ao amar, que prefere desrespeitar ao ter que aceitar que ser diferente não é ser anormal é apenas ser ...especial. Quando parou pra perceber o quanto sofreu em silencio com medo de o baterem, mudando de caminhos pra não ser humilhado em publico não conseguira achar motivo pra que passou... Hoje percebia com olhar atento e peito aberto  que TUDO aquilo  só  o havia deixado mais forte, maior, mais ousado – não precisava de auto afirmações o tempo inteiro – odiava rótulos – só defendia o amor – o respeito e a igualdade em todos os gêneros humanos. 


Ele não precisava de mais nada, só de si mesmo e sabia que ali havia o bem , o mal e todo o universo dentro de si... ele entendia, que a delicia de viver não estava exatamente no mundo que as pessoas pintavam pra ele viver e sim na beleza das cores dos caminhos que ele mesmo traçara, pra chegar até ali...


Imenso, amplo e digno.

Te amo Fê!