quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Until I see you again

Nunca se falavam , pelo menos não muito.
Ela sempre o tratava como trata a todos, mas sabia que ali morava algo especial.
E trocavam algumas poucas palavras no programa de mensagens instantâneas...e só.

Dias depois...

5:00 h
Olhou para o relógio e lembrou-se que havia esquecido de tomar o remédio da inflamação da garganta.
- Se não existisse, não sentiria dor na garganta, nem o coração, nem em lugar nenhum...
pensou, desligou o despertador e voltou a dormir.

9:00 h
Levantou, lavou o rosto, escovou os dentes , andou em círculos...
parou, sentou-se no chão do banheiro e chorou.

10:30
Comeu uma torrada, desceu seca, passando pelo nó gigante na garganta, inflamada e comovida, dolorida e querendo gritar.

12:00
Chorou
13:00
Chorou, fechou os olhos e decidiu
14:00
Chorou, fechou os olhos, decidiu, abriu os olhos e faltou coragem.
15:00
Chorou por faltar coragem
16:00
A coragem voltava sorrateiramente...
16:30
Toca o telefone
- Oi, você está bem?
Ela mente
- Sim...
16:50
Fica on line ... a amiga a consola, mas a dor ainda arde.
17:00
Ela - Olá!
Ele- Olá doce criança!
Ela- Obrigada  por me chamar de doce mesmo quando tão amarga.
Ele- Nem isso... ainda é um pingo de açúcar.
Ela sorriu...
Ela teve outra chance.
Ela sobreviveu
e Ele á devolveu a vida.

Anos depois:

Ela- Sabe aquele dia em que ficamos falando de tudo da vida?
Ele- sei...
Ela- eu planejava me matar.
Ele- sério? imaginei...
Ela- imaginou? então por que não falou nada para me deter?
Ele- sabia que no fundo, no fundo não queria isso.
Ela- nunca vou conseguir te retribuir isso...
Ele- já retribuiu...
Ela- como?
Ele- um dia , com calma eu te conto...
Ela- ok, vou esperar, com os olhos brilhando como criança que escuta as histórias dos avós.
Ele- essa fala é minha!
Ela- agora é nossa querido, nossa.




- E a gente poderia morar junto, não precisaria casar, namorar ou estar junto... não mesmo.