quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Perguntas minhas...

Hoje após um balde de água fria, quando você em súbito quer agradar e leva dois, três tapas na cara e ainda assim chora rapidinho no cantinho, engole o choro, bota um belo sorriso na cara e finge que tá bem, que tá forte e que o tapa não doeu, pensei:
- Que mulher sou? Será que tenho alguma etiqueta? Algum adjetivo cola e me especifica? Não, acho que não. Não sou como a rosa, nem como a margarida. Sequer me pareço com a orquídea, estou mais para tulipas ou flores do campo multicoloridas, selvagens, indomáveis, mas com algo de belo a oferecer.
Que mulher sou eu? Calma ao amanhecer, languida recebendo o dia, sorridente e feliz. Aberta aos desafios e mesmo que o medo chegue, levanta, arregaça as mangas e vai.
Compelida ao sucesso? Perdida no fracasso? O que busco? Quem procuro? No que creio?  Eu mudei tanto assim? á ponto de ser machucada para não machucar?! eu virei isso?! enfim...
O sucesso é conseqüência, assim como o fracasso, Não o persigo, apenas faço o que gosto. Faço, simples, complexo, fácil ou difícil. Faço. Se o fracasso me alcança dou uma sacudida, lavo com lágrimas e continuo. Outro caminho. Outro amanhecer.
Minhas buscas são muitas, conhecimento, compreensão, diferenças, paixão, amor, realizações. Minhas crenças são simples, alguns diriam incompletas, mas me satisfazem. Creio na criação, em um Deus e nada mais. Meus ídolos não existem. Admiro pessoas, mas não as idolatro, reconheço seus feitos, mas são excepcionalmente humanos. Que Natália tenho sido? eu já fui tão maria vai com as outras, e então num longo processo de amadurecimento me torne tão dona de mim, mas agora... agora eu estou vulnerável, eu levo  palavras duras e o que faço? relevo, engulo...mas e aí... quando paro pra pensar me sinto uma completa idiota. Que Natália, Ná, Naty sou?!
Tantas. Nenhuma. Simples nascer do sol.complexa explosão solar. Energia vital.
Sou profissional? Amante? Filha? Neta? Amiga? Namorada? O que sou não é o que faço, nem a quem me dou. Sou eu, ser humano em crescimento, fazendo escolhas, procurando caminhos que levem a um objetivo.
Mulher que sabe o que deseja de si, mulher que tenta compreender e aceitar o outro. Mulher que crê na Humanidade como espécie. Chora por essa mesma Humanidade. Sofre,nossa...sofre.
Que mulher eu sou? Não sei. Resolvi não me preocupar em me definir. Deixei isso para aqueles que tanto se preocupam com isso. Por isso, acabo sendo tantas: sou a mulher amiga que compartilha alegrias e tristezas, com o ombro sempre disponível. Sou a amante que se entrega livremente, saciada e saciando. Sou a profissional que tenta atingir a perfeição, mesmo sabendo que isso é impossível. Sou aquilo que cada um precisa, no momento que precisa, mas antes de mais nada sou livre para mim.
Por isso penso, pode doer demais abrir mão de pessoas que amo... por que simplesmente amo...
mas não abrirei mais mão de mim...nem mesmo por elas,
e isso é só mais uma decisão, baseada na imensidão das questões supra citadas...
- por que atingir á quem tanto tenta te fazer feliz?