segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Memórias nossas

Eu respirei fundo,
era manhã de domingo ,
tomei coragem e 
abri aquela caixinha onde guardo as cartas e mimos de amores que foram meus.
Fazia tempo que não a visitava.
Por puro medo.
Encontrei lá dentro, restos de nós dois.
Reli suas cartas, aquelas que falavam do seu amor,
Onde você descrevia a sua paixão por mim,
E incendiei por dentro por um momento.
Depois encontrei aquele guardanapo
Que num bar certa vez você
Desenhou um coração
E então.
O coração que bate dentro do meu peito,
Bateu indeciso, bateu desconexo
Remexi ainda mais na caixinha e
Aquela pedrinha,aquela que tinha formato de flor
(pelo menos eu havia achado)
sabe aquela que uma vez pegamos no parque da cidade? 
Que você me deu no dia que me disse pela primeira vez,
"Eu te amo"
Depois bem lá no fundo encontrei perdido,
Aquele coração partido que andava pendurado no meu pescoço,
Pensei então na outra metade.
Onde você á teria guardado?
Será que ela ainda existia?
Achei também um bilhetinho amassadinho
Que dizia que a vida era ruim sem mim,
Que nada valia a pena no dia em que você não me via,
Aí lembrei do seu sorriso quando você me encontrava.
Eu lhe amava!
Revirei-a mais um pouco
E cheia de desgosto achei então aquela oração
Que você fez pra mim naquele nosso momento ruim
E chorei baixinho de tanta dor.
Também achei um bilhetinho pedindo perdão
Por um momento de tensão.
E lembrei que
Lhe dei esse perdão com a maior ternura do mundo.
Em seguida achei um papel dobradinho
Com aquela poesia que você fez pra mim
No dia seguinte que nos amamos pela primeira vez.
Aí delirei de prazer por você.
Também estava lá a letra daquela música
Que quando ouvimos um certo dia
Eu disse então que seria a nossa canção, 
- Não,eu não gosto de Roberto... 
Você disse rindo.
E eu a cantarolei baixinho por um breve minutinho.
E aí.
Depois de já estar com o rosto inchado de tanto chorar,
Com o coração estraçalhado
Achei aquele e-mail que você me mandou
Falando do fim do nosso amor.
Que tinha acabado.
Que estava tudo terminado.
Poucas linhas. Rápidas palavras.
Como se a nossa história tivesse sido transitória.
Ardi de dor.
Me enterrei na saudade.
Depois tranquei a caixinha e parti pra minha realidade,
o coração sangrando por amar outro alguém, 
um amor diferente do amor que sinto agora por ti,
mas percebi que meu coração
Desde que te deixei, ali revendo tudo naquela caixinha
foi o único lugar que ele (meu coração) encontrou pra
continuar a pulsar sem medos, sem insegurança, pra pulsar
em paz, porque hoje em dia poderia dar certo, porque nós dois 
mudamos muito. 
Será que ainda te amo? e será que é esse o amor certo?
Eu não poderia responder
Nem pro meu amor,
nem pra você,
Nem pra mim mesma...
Porque se não tens mais nada de mim...porque eu entreguei á outro
alguém.
Eu tenho tudo de nós...também.