segunda-feira, 9 de maio de 2011

Roleta Russa


Uma roleta russa, uma arma, uma cabeça...
a minha cabeça e uma bala...uma bala só.
Aperto o gatilho e...
Ah!...Ah!..
Não foi dessa vez, ainda vejo as cores do céu, que dizem que existe
escutei hoje :
- será que o céu existe?
(obrigada, Mari!)
Será mesmo que não vou pro céu?
Não foi dessa vez...não foi! eu ainda sinto o cheiro do café
a coar, sinto o perfume do pecado ao meu lado
sinto a ânsia por nada,
o desejo de tudo.
Ironicamente sorrio, disparo contra minha mente...pressiono de novo o gatilho
Ahhhhhhhhhhh!
Não, novamente não era a hora,
ainda curto lágrimas de amores que foram, de amores que vivo, de paixões que
eternizo.
Façamos o beijo, o sexo, o amor...façamos a dor, a dor, a dor...das horas inquietas.
Ainda consigo tremer com pequenos gestos doces, com proibidos delitos deleites...
de tudo que sou
de todo o meu ser.
(se sou, apenas sou, e se não sou...estou á ser)
Não satisfeita, viro o copo e com a boca molhada balbucio algo que ainda não existe
uma língua estranha, quase que indecifrável,
puxo, disparo...
A..ah..ai!
Sem misericórdia de Deus, ou felicidade do Diabo... não morro, nada sai do calibre
e ainda escuto The Pretenders tocar,
os carros na rua e as aeronaves no céu...
Turbinas, motores e o sinusal correr de minhas veias...
(tum tum tum...)
Olho pro relógio
e falta tanto...
falta muito
Sem medo, atiro:
-suspiro.
Morro!
ai que dor...eu hoje morri.