quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Nádia e sua lata

" Sete horas da noite, desceu as escadas do prédio, chovia, conversava com duas amigas:

Nádia- Gente, eu vou até o mercado, preciso fazer compras...
As amigas brincam, as compras de Nádia quase sempre eram as mesma coisas, "besteirol" e "tintas de cabelo"
Ela seguiu.
Nádia avista na geladeira de coca-colas, as latinhas limitadas, com nomes de pessoas, procura pelo nome dela, não o acha.
- isso é bulling!
Protesta.
Compra tudo e segue.
A chuva molhava os cabelos de Nádia que já não se importava com a chuva, a chuva servia pra disfarçar as lágrimas e era bom parecer forte:
- Não são lágrimas, é só chuva. Dizia convicta.
Não sabia ao certo por que chorava, não sabia se sentia raiva de si própria ou de quem á causou decepção, sentiu saudades do tempo que a verdade era dura, mas que simplesmente era verdade,  sentiu falta de quando ainda acreditava que o mais importante ... era ter o mais importante.
Seguia, pela avenida, que nas alturas do campeonato estava semi alagada e escura, um video tape passava em sua mente, uma mistureba de amor que não deu certo, com tudo que podia dar certo sem amor, que também deu errado.
Ela parou no posto de gasolina, entrou na loja de conveniência, se serviu de um café de maquina.
Respirou fundo, abriu a geladeira, pegou uma coca-cola.
O moço do caixa sorriu:
- Carol! que nome bonito!
(era o nome que estava na lata)
Ela sorriu, respondendo:
- não, não é meu nome, gosto de coca cola zero... mas não achei Nádia ainda.
O Moço do caixa explica:
- é , eu nunca vi também...talvez não tenha né?
Nádia apenas concorda com a cabeça e sai, acenando com a mão.
Nádia não tinha uma lata, tinha uma cabeça cheia, sapatos molhados e um coração na mão.


Quanto mais esperança ...melhor !