sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Quando a luz dos olhos teus e a luz dos olhos meus resolvem se encontrar... (Tom Jobim)

Quando dois olhos se fitam é para se decifrarem.
Nossos olhos se miram à contra luz para buscar no do outro um espelho onde possam ver a si mesmos, decifrando-se, explorando-se, entendendo-se.
E quando sorrateiros os meus olhos encontram os teus escondidos atrás de uma tímida abertura de olhos pequenos e uma pálpebra feliz a semi-esconder um tesouro, enxergam neles um feixe de luz e de vida que eleva minha vista cansada a um novo patamar de visão.
Meus olhos enxergam uma alma por trás de tuas pupilas e descansam no paraíso que elas prometem, como se a alma que aqueles olhos representam tivessem a falar de uma vida feliz, no fim de todo o desengano terrestre.
Olhos que agora fixam papoulas da mente - num pasto de verdes gramas e graças - através de pupilas, que já estremeceram à visão do amor.
De minha retina saem mil imagens, quando da claridão te afastas - vejo dois olhos nus - e um doce castanho de mil cores aguça minha mente a mostrar o luar de um glóbulo a refletir o sol.
E na despedida, cada gota de tristeza que escorre, em forma de água salgada, dos meus olhos quando vais embora terá a vista dos teus um doce sabor de mel e a plenitude do anseio pelo reencontro.
Porque pessoas podem ser imperfeitas, mas olhos - ah eles sim - podem ser feitos um para o outro...
...Ah que frio que me dá o encontro desse olhar...